A importância de fazer um balanço anual
Todos sabemos o quanto costuma ser frequente fazermos votos, promessas e planos para o novo ano, quando celebramos a passagem de ano. É invariável sentirmos a necessidade de fazer algo diferente, de procurarmos determinado objetivo ou de perseguir determinado sonho.
Pois bem, e quantos de nós nos deparamos, ano após ano, com desejos, sonhos ou planos, que vão transitando de passagem de ano em passagem de ano, de brinde em brinde, de passa em passa… E porque razão não os realizamos? Porque razão continuamos a ambicionar e o ano novo não nos traz o resultado tão esperado?
Pois bem, é por isso que vos escrevo este texto em tom de reflexão e de desafio.
Em todos os planos que fazemos na nossa vida, seja pessoal, seja profissional, devemos sempre assegurar que equilibramos ambição com exequibilidade, que traçamos planos, que definimos metas, que estruturamos ações concretas. Ora vejamos. Como podemos nós querer comprar um carro no novo ano, se não tivermos definido que mensalmente colocaremos determinado montante de parte, ou que avançaremos para a celebração de um crédito, que já assegurámos previamente que tem uma mensalidade que podemos pagar?
O balanço de final de ano, serve exatamente para podermos melhorar, para podermos afinar os nossos planos de ação e garantir que realizamos os nossos sonhos. É com um balanço de final de ano que percebemos: do que desejámos, o que se concretizou, do que fizemos, o que teve o resultado pretendido, do que pensámos, o que efetivamente conseguimos colocar em ação…
Então e como é que faço esse balanço? Por onde começo? Como me vai levar a realizar os desejos que pedirei uma vez mais nas passas ou no brinde, na passagem para o ano de 2022?
A nossa sugestão é que comecemos por listar o que tínhamos desejado, numa tabela, registar o que conseguimos atingir ou obter, e identificar o motivo (não só nos insucessos, mas também naquilo em que fomos bem-sucedidos, pois se resultou bem num aspeto, podemos até replicar para outros). Depois, ao termos percebido que não poupámos o suficiente, ou que nos surgiu uma despesa inesperada, ou que tivemos um problema familiar ou que o Covid nos veio condicionar as nossas vidas… podemos avaliar se vamos querer manter no próximo ano aquele objetivo, ou se afinal nem pensámos muito bem e não chegámos a investir muito na sua concretização porque as nossas prioridades e objetivos se alteraram.
Identificados os aspetos que queremos manter, vamos perceber como ultrapassar o obstáculo que impediu a sua realização no ano anterior e definir um plano de ação com tarefas (ex: colocar 10€ de parte todos os meses num mealheiro), objetivos intermédios (ex: conseguir ter 60€ poupados em Junho), e formas de controlo de concretização (ex: no último dia de cada mês, fazer a contagem para validar quanto dinheiro já temos e se temos folga para algum mês mais apertado, ou se nos falta algum valor e temos de ir buscar ao subsídio de férias).
Assim, acompanhando todas as variáveis que vão ocorrendo, sabemos sempre o que nos está a atrapalhar e conseguimos pensar em estratégias para o ultrapassar, seja previamente, se antecipamos já qualquer despesa num mês específico (para o exemplo que dei anteriormente), ou no momento, se nos surgiu algo que não estávamos a contemplar. Mas o segredo do balanço é este, ter controlo sobre aquilo que fazemos e aquilo que ambicionamos.
O mesmo se aplica aos abraços que percebemos que nos faltou dar, aos telefonemas que sentimos que foram menos frequentes, ou ao voluntariado que tanto adiamos e queremos fazer…
Se não analisamos, não sabemos, e não podemos mudar…